De acordo com a sondagem que foi feita e em virtude da carga elevada que o projeto da casa exigia, o projeto estrutural requeria 72 brocas com diâmetro de 32cm e com 14 metros de profundidade. Como a profundidade ultrapassava o trecho com água, que estava a uns 8 metros, o método com melhor custo benefício foi a estaca tipo Strauss. O melhor e mais simples é a estaca escavada com máquina, é rápida, limpa, sem vibrações e a mais barata, mas quando se encontra água, não tem como ser usado esse método.
Pra que vocês tenham uma idéia de preços, eu tinha um orçamento de R$ 10,00 / metro de profundidade na estaca escavada de 32 cm de diâmetro, e na Strauss o mesmo diâmetro, paguei R$ 28,50 / metro. A estaca escavada, pra quem nunca viu, é um enorme parafuso, como um saca rolha, que gira e vai descendo e tirando a terra. A Strauss é mais trabalhosa, faz uma lama desgraçada, mas também vibra pouco. Nela usa-se muita água, e a medida que a sonda de perfuração vai descendo e retirando terra, vão se sobrepondo tubos que encamisam o furo, dessa forma não há risco do furo desmoronar. Ao chegar na profundidade desejada, é despejado o concreto e vão se retirando os tubos que protegem o furo. Sei que parece complicado, mas não é tanto assim, vou colocar um vídeo lá da obra mesmo, assim vocês entendem.
O primeiro furo, é praticamente um furo teste, nele vamos comprovar os tipos de solo que a sondagem acusou nas diversas profundidades. Acontece que a máquina chegou em 11 metros e batia, batia e não descia nenhum centímetro, não era rocha, mas a terra era duríssima, o que fazer se o engenheiro exigia 14 metros e tínhamos apenas 11 ? Falei com ele e depois de algumas horas de cálculo tivemos que aumentar o diâmetro de 16 estacas, aquelas que tinham mais carga, para 38 cm, as outras permaneceram iguais, com 32 cm e 11 metros.
Seguimos em frente, com todas as estacas atingindo entre 11 e 12 metros, a equipe fazia uma média de 3 furos por dia, começamos a furar no dia 06/01/2014 e acabamos em 15/02/2014.
Assim que terminamos todas as estacas, devemos realizar a limpeza das cabeças, que é a quebra da parte superior de concreto que geralmente está contaminada com terra e por isso é muito frágil, alugamos um martelete elétrico de 5 kg, o menor que tem, pois temos que ir devagar nessa fase para não danificar o corpo da estaca.
Logo em seguida, começamos a caixaria das sapatas, pois temos no projeto sapatas de uma, duas, três, quatro e até uma sapata enorme de cinco estacas. As sapatas são o elo de ligação entre as colunas da casa e as estacas de fundação, elas tem o objetivo de dividir a carga de uma coluna entre uma ou várias sapatas, e além disso, ganhamos o apoio do solo que em uma sapata de mais de um metro quadrado já não é mais desprezível. Seguem fotos para ilustrar isso que estou dizendo.
Sapata de uma estaca, já limpa e com a ferragem. |
Sapata de 3 estacas |
Sapata de 3 estacas com a ferragem. |
A medida que essas caixas ficavam prontas e com toda a ferragem conforme projeto, eram preenchidas com concreto, no nosso caso foi concreto com resistência de 25kg/cm2, o chamado FCK 25, que é um concreto de alta resistência.
Essa fase da obra foi do dia 15/02 até o dia 10/03, foram mais de 25 sapatas e 38 metros cúbicos de concreto, dali que vão sair as colunas pra sustentar a casa.
Abraços e até a próxima.
Espero sugestões e comentários !