sábado, 24 de outubro de 2015

Captação de água de chuva

   Aqui em São Paulo, por incrível que pareça, estamos sob o risco de falta de água, por isso qualquer ação individual que economize esse recurso é muito bem vinda. Quando fizemos o projeto já tinha em mente o armazenamento da água de chuva, para irrigação do jardim e uso na garagem, e queria que o sistema fosse o mais simples e barato possível. Vou explicar aqui a solução encontrada e como executamos isso durante a obra.

   O fato de usar a água de chuva em apenas dois pontos, uma torneira no jardim e outra na garagem, já simplificou muito o sistema. Usar a água de chuva dentro de casa é muito mais complicado e caro, e nunca foi essa a idéia. 
    Em primeiro lugar, calculamos a área total de coleta, no meu caso são 80 m2, o que é uma área excelente para o uso proposto. Isso significa que para cada milímetro de chuva, temos 80 litros de água. Escolhemos armazenar 3000 litros, o que daria para aguar o jardim durante uns 40 dias seguidos, me pareceu suficiente.
  
   A água de chuva para qualquer uso deve ter um mínimo de filtragem, pelo menos tirar as folhas e a sujeira mais grossa. A solução que bolamos aqui e que foi a mais simples e barata, foi fazer caixas de coleta cheias de argila expandida e cobertas por manta geotextil, Bidim. Esse sistema é um excelente filtro para partículas maiores e nos atendeu perfeitamente. Além disso, usamos pequenos flutuadores de cloro, iguais aos de piscina só que bem menores, dentro dos reservatórios. Com isso garantimos que nenhum inseto ou outro organismo se aproveite dessa água e também que a água não apodreça se ficar muito tempo sem uso, é outra solução muito simples e barata.
   
   Aqui tenho dois jardins suspensos, ou telhados verdes, com 30m2 de área, e como expliquei nesse link, com o sistema de drenagem instalado, a água de chuva acaba sendo filtrada e direcionada para o reservatório. Ou seja, regamos o jardim e a água é reaproveitada.

  Como o reservatório fica no subsolo, precisava de um mecanismo para bombear a água para as torneiras. A solução foi uma bomba com pressostato, ou seja, ela só liga quando a pressão na tubulação cai, e isso acontece quando abrimos uma torneira por exemplo. Pesquisando um pouco, encontrei um sistema que já vem pronto com bomba e pressostato, da marca Komeco, modelo TP820, e que custou na época R$ 490,00.
   Importante, a tubulação que vai para a bomba e que coleta a água de chuva do reservatório, deve estar a pelo menos uns 7 cm do fundo, assim ela não suga os sedimentos finos que estão ali, dessa forma sua bomba vai durar muito mais e você vai ter sempre água limpa e cristalina para regar seu jardim ou lavar seu carro.


Pressurizador com pressostato.


Agora com tudo instalado e funcionando, o único cuidado é de 20 em 20 dias verificar a pastilha de cloro do flutuador e uma vez por ano esvaziar o reservatório e limpar o fundo, pois mesmo com toda a filtragem, partículas bem finas ainda passam e vão se acumulando no fundo.





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domingo, 18 de outubro de 2015

Telhado verde

     Quando encomendei o projeto da casa, uma das premissas era o aproveitamento da laje de cobertura, ou seja, não queria uma casa com telhado convencional. Minha idéia original era que essa cobertura fosse toda um grande gramado, como se fosse um segundo jardim. No fim do projeto, com todas as mudanças a área de gramado suspenso representou 30% de toda a laje de cobertura, o que está ótimo. Como é uma solução bastante diferente, vou falar dessa etapa da obra pra vocês.


Jardins suspensos no projeto original.

   O telhado verde, ou simplesmente, jardim suspenso, além de ser muito bacana, proporciona um excelente isolamento térmico e acústico e em alguns locais do Brasil já existe incentivo de IPTU, para os imóveis com essa solução. Como aqui foi tudo previsto na fase de projeto, ficou mais fácil, pois a laje já foi dimensionada para suportar o peso extra, além de todo o sistema de drenagem. Estes são os dois fatores que as vezes impedem a adaptação de uma laje já existente de se transformar num jardim, se este é o seu caso, fale com um engenheiro sobre o assunto.

     Fora a questão do peso, a drenagem é um ponto muito importante para o sucesso de um jardim ou gramado suspenso. No meu projeto, usamos para cada jardim dois tubos de 150mm para escoar a água que permeia a terra, e como essa água chega praticamente filtrada ao tubo, já explico porque, essa água vai direto para a caixa d'água de água de chuva, assunto que vou tratar em detalhes logo mais. Em ambos os jardins, ainda coloquei um ralo de superfície, ligado diretamente no tubo de descida, no caso de uma chuva de altíssima intensidade e rapidez, onde o volume de água/minuto seja maior que a velocidade de absorção da terra, assim o jardim nunca vai alagar.

      O esquema básico de drenagem é o da imagem abaixo. No meu caso usei 15cm de argila expandida, sobre ela, uma manta geotextil, o famoso Bidin, e sobre ele uma camada de 12 a 15cm de terra preta e marrom misturada. Dica, prendemos o Bidin nas laterais da laje usando fita para calhas, aquela prateada, assim o substrato, ou terra, não tem por onde escapar.



      Observe no esquema acima, a água que permeia a terra passa pela manta bidin que retém boa parte das partículas sólidas, retendo a terra, a argila expandida ainda retém as partículas menores e a água chega até a laje com uma filtragem grosseira, mas suficiente para ser usada para regar um jardim ou lavar uma calçada. Por isso aqui aproveitamos essa água, como disse um pouco antes.
     
   Sobre a laje, antes da impermeabilização, fizemos um contrapiso com muita inclinação em direção ao tubo de 150mm. Sobre o tubo, instalamos uma tela fina, a fim da argila expandida não cair lá dentro. Impermeabilizamos tudo com poliuretano, pintamos com tinta anti raiz e após a secagem colocamos a argila expandida.


Laje do jardim com tubos de drenagem e contrapiso pronto.



Argila expandida a ser espalhada por igual.

 Após colocar a camada de argila expandida de uns 15cm de altura, instalamos a manta geotextil, ou Bidin, sobre ela. Repare na fixação lateral que eu tinha falado antes. O tubo que sobe é o que vai para o ralo superficial.


Manta bidin recebendo a camada de terra.

Agora espalhamos uma camada de uns 15cm de terra sobre a manta, essa terra não deve ser muito compactada, apenas caminhar sobre ela é o suficiente para chegar no ponto certo. Agora o jardim está pronto para receber a grama e plantas com raízes rasas.


Grama recém plantada.

    Antes de decidir como executar meu gramado no teto, pesquisei várias opções. Existem empresas que executam esse tipo de serviço e que usam um substrato especial, auto drenante e muito leve, porém o valor do metro quadrado instalado é muito caro, na época, início de 2015, o valor era algo em torno de R$ 70,00/m2. Pra vocês terem uma idéia de valores, aqui o custo do metro quadrado do jardim pronto, incluindo a grama, bidin, argila expandida, terra e mão de obra foi de R$ 38,00/m2.   

   Já se passaram alguns meses, a grama está cada dia mais verde e mesmo com chuvas torrenciais a drenagem desempenhou seu papel muito bem, por isso posso dizer com segurança que essa forma de executar um telhado verde funciona. Se tiverem dúvidas não deixem de mandar suas perguntas. Forte abraço.


  













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domingo, 11 de outubro de 2015

Piscina Suspensa.

    Quando a arquiteta fez o projeto, sugeriu a piscina na parte mais alta da casa, claro que na hora fiquei muito receoso com a complexidade do projeto estrutural, porém com o tempo fui achando a idéia muito interessante e com uma série de vantagens. Uma piscina no teto pega sol o dia inteiro, quase não cai sujeira, tem um visual fantástico e ainda por cima funciona como um isolante térmico para o teto da casa. Além disso, o desafio de engenharia seria no mínimo interessante, por isso abraçamos a idéia e fomos em frente.

    Vou contar um pouco sobre essa parte da obra que é muito interessante e tem pouquíssimas referências úteis na internet. 

    Vamos começar falando um pouco de como é o projeto da piscina. Vai ser uma piscina com 9,50m de comprimento por 3 metros de largura, e profundidade de água de 1,20m. Com um banco em todo comprimento e uma "prainha" com 40cm de profundidade. Vai ter uma borda infinita e um segundo tanque para coleta da água que cai. Abaixo vocês entendem melhor na imagem.





  A piscina, que cheia tem 30 mil litros, ditou todo o projeto estrutural da casa, foi tudo reforçado por causa dela, fundações,vigas e colunas. Só pra vocês entenderem, a piscina fica acima de dois dormitórios, como dá pra ver na perspectiva acima.


  Bem a estrutura foi toda de concreto armado, com vigas de até 2 metros de altura e aço de 20mm, fazendo parte integral da estrutura da casa. 




     Aqui vem a primeira dica, usamos um aditivo especial no concreto, que é um cristalizante que deixa o concreto impermeável. Esse aditivo era misturado nos caminhões que chegavam na obra e usamos em toda essa laje, eram usados 3kg de aditivo para cada metro cúbico de concreto. O funcionamento dele é simples, após estar incorporado ao concreto ele reage com água e cria cristais que selam as trincas ao nível microscópico, tornando o concreto totalmente impermeável. Seria como se o concreto cicatrizasse seus microporos ou microfissuras em contato com a água. Não é um produto barato mas pela experiência funcionou muito bem e recomendo para esse tipo de uso.

      Além do aditivo, a cura desse concreto foi feita 100% sob lâmina de água, por mais de 28 dias, o que além de aumentar a resistência do concreto, torna ele praticamente impermeável já que reduz muito a porosidade e trincas superficiais. Já li sobre lajes sem impermeabilizantes cujo único tratamento foi a cura prolongada com lâmina de água.
Seguem algumas fotos





Cura do concreto com lâmina de água.




     Toda a tubulação dos ralos, retorno, aspiração e iluminação foi deixada passada através da laje ou da grande viga lateral. Para ralos e retornos deixamos tubo de 50mm marrom passando e para iluminação deixamos tubos de 3/4" marrom, pode deixar com bastante sobra para os dois lados, não queremos nenhum tipo de emenda aqui. Os equipamentos de piscina se encaixam por dentro desses tubos. Temos dois ralos de fundo no tanque do transbordo, dois ralos de fundo no tanque principal, dois retornos na lateral e no centro um ponto de aspiração, todos esses com tubos de 50mm. Na lateral deixei 4 tubos de 3/4" para a iluminação, e isso foi tudo.    
    Como a piscina terá borda infinita, não há necessidade do skimmer, pois a borda infinita desempenha a mesma função, de retirar toda a sujeira superficial quando o filtro está ativado. A idéia é usar um sistema único de filtro e bomba, que vai puxar a água do tanque secundário, pelos ralos de fundo, filtrar e retornar para o tanque principal, lançando a água na direção da borda e assim circulando indefinidamente.
     Sobre o equipamento de bomba e filtro falei com muitas empresas de piscina, a maioria recomendou sistemas independentes para a borda infinita e piscina, com duas bombas. Conto pra vocês o seguinte, não há necessidade alguma de se fazer assim. Usamos um sistema único com bomba de 3/4 de cavalo que tem um desempenho excelente e foi super econômico, fica a dica.

    Voltando à estrutura, após a cura total do concreto, retiramos todo o escoramento da laje e da casa, pois essa era a última estrutura que necessitava de apoio e isso ia até o térreo, lembra do que falamos sobre escoramento de laje ? Próximo passo foi o teste de carga, que é encher a piscina de água pra testar se a estrutura vai aguentar, sem impermeabilizar nada. Parte tensa, essa, mesmo seguindo o projeto à risca. Enchemos de água, com caminhões pipa, e monitoramos a estrutura toda por 7 dias. Tudo certo com a estrutura, ufa ! Mas a maior surpresa sabe qual foi ? Nenhuma mancha de umidade no teto de baixo, e não tínhamos feito nenhuma impermeabilização ainda !! Trinta mil litros de água sobre o concreto puro e nenhuma mancha, eu não esperava esse desempenho. Por isso posso dizer que o aditivo e a cura úmida funcionam mesmo.


Teste de carga.

     Mas eu não ia deixar a piscina sem mais nenhuma garantia de impermeabilização, mesmo estando super feliz com o resultado. Mais uma vez, pesquisei muito e ao invés da tradicional manta asfáltica escolhi a impermeabilização de poliuretano, já explico o porque.

    A manta asfáltica funcionaria porém tem alguns problemas, primeiro é a durabilidade, uns 10 a 15 anos, enquanto o poliuretano tem na média 30 a 40 anos. Segundo, nas paredes a aderência da manta no concreto liso gerou insegurança, pois com o peso do revestimento poderia se soltar por completo, vi vários casos desse tipo, e após alguns poucos anos. Claro que se muito bem executada isso não aconteceria, porém só de existir essa possibilidade eu já descartei. E terceiro e último, acabaria saindo mais caro, somando a etapa extra de regularização de toda a superfície.

   A impermeabilização por poliuretano (PU) é uma solução mais moderna e muito usada na Europa e Estados Unidos, é muito fácil de aplicar e cria uma capa super flexível e forte de plástico emborrachado. Sobre a estrutura de concreto armado foi feito um reboco normal com areia e cimento, sobre o qual, depois de completamente seco, foi aplicado o PU em toda a superfície, com aspersão de areia de quartzo para criar uma superfície bem áspera e assim pronta para receber direto o revestimento. 
  Essa solução comparada com a manta asfáltica é mais rápida e simples, e apesar de ser mais cara, ela evita uma etapa a mais de trabalho que é toda a regularização acima da manta, por isso acho que vale a pena. Depois de tudo pronto, tivemos que encher de novo a piscina para dessa vez testar a estanqueidade. Deixamos 10 dias completamente cheia e tudo correu super bem. 


Piscina com impermeabilizaste PU, durante teste de estanqueidade.



   Chegou a hora do revestimento. O escolhido foi uma pastilha 5x5 da jatobá, cor Azul Capri. Contratei um pessoal que só aplica pastilha em piscinas, quem quiser depois o contato é só pedir. Pra vocês terem uma idéia, vieram 4 colocadores profissionais, uniformizados, e fizeram a piscina inteira em 5 dias de trabalho. Usei uma argamassa especial para piscinas recomendada pela própria Jatobá. Uma dica importante é que o aplicador deve fazer sempre pedaços pequenos, pois se ele espalha muita argamassa numa área grande, quando ele chega no final a argamassa está muito seca, o que vai causar desprendimento num futuro próximo. Fique de olho.


Revestimento de pastilha Jatobá Azul Capri.
   Bom, aqui a piscina está praticamente pronta, na seqüência instalamos os equipamentos, ralos, bocais, bomba, filtro e luzes. Ai foi só encher de água de novo. Importante lembrar, que devemos esperar uns 7 dias após a colocação do revestimento para colocar a água. Se alguém tiver alguma dúvida que não foi esclarecida aqui, por favor mandem suas perguntas.



Sugestões e comentários são bem vindos e se você gostou, ajude o blog divulgando, obrigado !






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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Laje - Parte dois

    Como tinha dito no post anterior, pra não ficar uma coisa longa e chata, separei o assunto laje em duas partes. Nessa vou falar um pouco sobre a preparação final, ferragem, lançamento do concreto e cuidados posteriores, vou tentar simplificar bastante sem deixar de falar do que é mais importante e sempre dar algumas dicas que não estão nos livros.
   
    Muito bem, já estamos com a laje devidamente posicionada e firmemente escorada, vamos agora colocar toda a ferragem de reforço. Todo o dimensionamento da ferragem é feito pelo seu engenheiro estrutural, aqui vou falar do meu caso específico, cada projeto é único, lembre-se sempre disso. 
    A armação ou ferragem da laje é basicamente composta pelos negativos, positivos e ferragem de distribuição. A ferragem de distribuição é a que faz a laje trabalhar como uma coisa só e evita fissuras na capa de concreto. No meu caso, usei tela da Gerdau com aço de 5mm e espaços de 10x10cm, Q196 é a referência. A ferragem negativa foi de 8mm e 10mm e a positiva só tive na nervurada, que é um caso a parte, nem vou entrar em detalhes.Vai uma imagem pra ilustrar.


O Eletricista da obra vai passando os conduítes pelo piso da laje, nunca atravessando nenhuma viga, coisa que é bem comum mas temerária. A Tigre e a Amanco, tem um conduíte reforçado, esse laranja da foto, que é excelente pra passar em laje, não amassa de jeito nenhum, vale muito a pena.

    O encanador vai apenas marcando os locais onde teremos as tubulações de esgoto e água e amarra um pedaço de isopor ou coloca uma madeira, para não encher de concreto, como você vê acima também. Evite ao máximo atravessar vigas, se for inevitável, seu engenheiro estrutural vai ter que calcular um reforço, sempre que possível desça as tubulações na vertical na laje.

    Tudo pronto, é hora de lançar o concreto. Conforme mandava o projeto, usamos concreto bombeado, fck 30 com brita zero e slump 12, explicação mega rápida, fck é a resistência a compressão, nesse caso 300kg/cm2, slump é a fluidez do concreto, basicamente quanto maior o slump mais "líquido" é o concreto. Antes de lançar, a turma molha a laje toda, as formas de madeira e faz uma última limpeza, assim você evita uma secagem muito rápida e cheia de trincas.



   Sempre usamos um vibrador de concreto, assim evitamos falhas nos locais com mais ferro e garantimos uma concretagem uniforme. Cuidado para não vibrar demais o concreto, ou ele desagrega e estraga tudo, geralmente alguns segundos são suficientes para fazer o concreto preencher todos os espaços.

   Laje concretada, vem uma parte muito importante e que é muitas vezes negligenciada em pequenas obras, a cura do concreto. Um concreto de fck 30, atinge essa marca após 28 dias de cura, apesar do concreto seguir o processo de cura por mais de 300 dias, mas para chegar ou ultrapassar essa marca a cura deve ser de maneira que a perda de água durante o processo de endurecimento seja mínima. Molhar o concreto 3 vezes ao dia por pelo menos 7 dias é o mínimo para uma cura boa. Se você puder, o melhor é manter uma lâmina de água de uns 3 a 5 cm durante 28 dias, seu concreto vai ficar super resistente, pouco poroso e sem nenhuma trinca de retração. Aqui, conseguimos fazer a cura com lâmina de água e ficou excelente. 







   Agora é aguardar os 28 dias e tirar o escoramento com a laje 100% curada, lembrando que se ainda tiver mais lajes, como é meu caso, pelo menos metade do escoramento fica no lugar, pois vai servir de apoio pra laje de cima. Daqui pra frente o processo construtivo se repete, vamos subir as paredes e colunas do andar de cima, e fazer nova laje. Detalhe que no andar de cima tem a piscina da casa !! Isso mesmo, a piscina é no teto, tudo de concreto armado. Espero que tenham curtido.

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quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Laje - primeira parte

    É pessoal, agora estamos com as paredes e colunas do térreo erguidas e concretadas. Chegou a hora de começarmos a etapa da laje do primeiro andar. Pra vocês terem uma idéia de tempo, passaram 3 meses desde o início da obra até esse momento, o que acho um prazo razoável, mas nada muito rápido. Com relação ao orçamento, até agora gastei em torno de 18% do custo estimado, tudo sob controle até o momento. Como nessa etapa fui muito feliz na escolha dos fornecedores, vou indicar pra quem possa se interessar.
   
   Antes da laje propriamente dita, temos que fazer uma coisa muito importante, preparar o escoramento, que é onde a laje e as vigas irão se apoiar durante o lançamento do concreto e nos dias seguintes durante sua cura. Usamos escoramento metálico pra tudo. Fui muito bem atendido pelo pessoal da Tupi Andaimes, enviei pra eles o meu projeto e eles montaram um projeto completo de escoramento, levando em conta o tipo de laje, carga e altura. O escoramento metálico pode ser um pouco mais caro que o convencional de madeira, mas ele vale muito a pena, pois sua obra fica limpa, é muito mais rápido e se você colocar na ponta do lápis, com a agilidade e segurança que ele te dá, eu acho que empata no custo.





   Nesse meu projeto tenho dois tipos de lajes bem diferentes, uma parte será uma laje nervurada com 50cm de espessura e no restante do pavimento teremos uma laje pré moldada de 12cm de espessura. Porque essa frescura ? Bem, porque a arquiteta inventou um vão livre na sala com 10 metros de comprimento por 6 metros de largura, ai a solução foi uma laje nervurada, bem parruda. No desenho abaixo vocês entendem o que estou falando.




    Explicando rapidamente a imagem acima, o que está em amarelo é a laje nervurada, os desenhos em azul claro são os perfis da laje e vigas, o que é cinza e preto são as colunas e por fim os escritos internos mostram o sentido de apoio, o número e o tipo da laje, além de algumas cotas. Parece complicado, mas é bem simples de entender. Por isso, ressalto a importância do engenheiro estrutural, isso ai é trabalho dele.
       
      Voltando à execução, na laje pré moldada e já sabendo qual é a especificação que o engenheiro pediu, H8, H12 (altura 8cm, 12cm), etc, faça alguns orçamentos com empresas conhecidas, depois você pede para um técnico ou engenheiro da empresa vir medir na obra os vãos, não adianta se basear só na planta, sempre existem pequenas diferenças, por isso o cara tem que medir na obra, ok ? Essas lajes eu fechei com o pessoal da Lajes Itaim, aqui de São Paulo, foram nota dez e com preços excelentes, recomendo. 
      Preferi o preenchimento com isopor ao de lajota cerâmica, nessa laje H12 ele funcionou muito bem, mais leve, mais rápido e melhor isolante térmico. Dica importante, as vigotas da laje devem se apoiar pelo menos 7,5cm sobre as vigas, eu particularmente prefiro um pouco mais, em torno de 10 a 12 cm.

       
Laje H12 com isopor


     A laje nervurada é usada para vencer grandes vãos, as nervuras funcionam como vigas e o miolo onde não há forças, é oco, assim seu peso próprio é bem reduzido. As cubetas tinham 42,5cm de altura e no meu caso eram retangulares, porém as mais comuns são as quadradas mesmo. Aqui fechei com o pessoal da Atex, passei pra eles o projeto e eles locaram as cubetas, que são as formas para concretagem. Muito rápido e fácil de montar, sem segredo. 




   Agora está tudo no lugar, escoramento, vigas e lajes, pra não ficar muito longo e maçante, vou falar sobre a ferragem, preparação de elétrica e hidráulica e o lançamento do concreto no próximo post. Espero que tenham gostado. Até.
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