domingo, 22 de novembro de 2015

Aquecimento Solar

    Tentei fazer a casa o mais auto-suficiente possível, reaproveitando a água de chuva, melhorando o conforto térmico com jardins suspensos, ou telhado verde e por último montei placas solares para o aquecimento de água de toda a casa, tudo para usar o mínimo de energia possível. Aqui vou falar um pouco sobre o sistema montado, a instalação e o mais interessante, como tudo funciona com pessoas morando e usando a casa, em dias de sol e dias nublados.  
    
    A primeira coisa foi pesquisar a área de placas necessárias para aquecer a água dos banheiros e da cozinha, muitos fabricantes tem em seus sites uma calculadora para esse propósito. Todas as contas indicavam que precisaria de 6 a 8m2 de placas e um boiler de 400 a 600 litros. Como 8m2 de placas é o máximo que caberia na laje da caixa d'água, optei pelo sistema maior, de 8m2 e 600 litros.

   As placas solares, aqui no hemisfério sul, tem que ficar sempre viradas para o norte e no local com maior incidência solar possível, sem sombras de árvores, prédios ou outros obstáculos. Como a casa não tem nenhum telhado, apenas lajes retas, tivemos que fazer uma estrutura de alumínio para colocar as placas com a inclinação ideal, viradas para o norte e dispostas de forma que o par de placas da frente não fizesse sombra nas de trás. As placas ficaram visíveis pra quem olha a casa de fora, já que estão no ponto mais alto, mas pra mim isso acabou dando ainda mais personalidade à casa.


Estrutura metálica atrás das placas.



  Na parte coberta, onde estão as caixas d'água, foi colocado o boiler de 600 litros. O boiler é um reservatório com isolamento térmico para armazenar a água quente gerada pelas placas, e também tem a função de aquecer a água quando não há sol. É assim que funciona, o boiler está regulado para trabalhar a 45ºC, então se a água das placas não atinge essa temperatura a resistência é acionada até os 600 litros de água chegarem a 45º. Porém, para evitar que a resistência seja acionada várias vezes por dia, num dia frio e sem sol por exemplo, foi instalado um relógio/timer onde você programa a que horas e por quanto tempo a resistência pode ser acionada.
   

  Aqui deixei programado o relógio para permitir que a resistência ligue todo dia as 16:00, e durante uma hora e meia. Dessa forma, num dia que a água não atinja os 45º, a resistência é acionada nesse horário e por no máximo uma hora e meia. Ok, mas como isso funciona na prática, se é que funciona ? Bem, aqui nunca ficamos sem água quente no fim da tarde e início da noite. Mas já aconteceu no inverno, após dois dias de muito frio, e totalmente nublados, de termos apenas uma água morna no período da manhã. Claro que isso seria facilmente resolvido alterando a programação do acionamento do aquecimento elétrico do boiler, mas ai começa a perder sentido todo o sistema solar.
    De qualquer maneira é importante você saber que o sistema bem instalado e bem dimensionado funciona muito bem, mas não pode depender sempre 100% do sol ou você vai acabar ficando sem água quente, então considere que você consegue um aquecimento que é mais ou menos 90% solar e 10% elétrico. Pelo menos aqui na região sudeste.

  Com relação às empresas no mercado que trabalham com aquecimento solar, tive que pesquisar muito, pois existem muitos aventureiros nesse ramo. Usei muito o site reclameaqui e consegui evitar algumas roubadas, recomendo que todos que forem usar esse sistema façam o mesmo. Foram mais de 8 empresas que pesquisei e só uma não tinha nenhuma reclamação de clientes insatisfeitos, fica a dica. No fim fechei com uma empresa excelente, super profissional que entendeu minhas necessidades me atendeu super bem, antes, durante e depois de tudo pronto. 

   Quanto aos custos, o sistema todo saiu por pouco mais de nove mil reais, incluindo absolutamente tudo. Um sistema a gás equivalente sairia por uns seis mil reais e um sistema elétrico sairia por algo em torno de quatro mil reais. Ou seja, o solar é o mais caro, porém pelas contas que fiz para o meu consumo, em relação ao sistema a gás, a partir do vigésimo mês já vale a pena o investimento, e comparado com o sistema puramente elétrico, do vigésimo terceiro mês em diante o sistema solar já se pagou, depois é só economia. Como uma casa é um investimento de longo prazo, pra mim não restou dúvida que o sistema solar era a melhor escolha.

   Como sempre, comentários e sugestões são super bem vindos.




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