Faz tempo que não escrevo aqui no blog, mais por falta de tempo que por outro motivo, mas vou tentar retomar o ritmo, até porque tenho recebido um feedback muito bacana de pessoas que acham informações aqui no blog que não encontraram em nenhum outro lugar na internet, isso é realmente muito gratificante.
Hoje vou falar sobre as soluções que encontrei para fazer a churrasqueira e o forno de pizza nessa área de lazer da casa. Quem acompanha o blog sabe que a casa tem a piscina na cobertura, e toda a área de lazer é lá também, ou seja, a churrasqueira e forno de pizza são no solário, ponto mais alto da casa. Como não existe nenhum elemento que crie sombra lá em cima, o excesso de luz solar é um problema, o que tornou necessária uma cobertura que vou falar no próximo post, até porque sua construção está em andamento.
O espaço previsto para a churrasqueira e forno de pizza já havia sido previsto em projeto, e portanto as respectivas bases em concreto armado já estavam prontas, já que lá em cima tudo é deck de madeira. Deixei um espaço de 90cm de largura para a churrasqueira e outro com 1,20 x 1,20 para o forno a lenha pra pizza.
A churrasqueira é do tipo uruguaia, que ao invés de usar carvão, usa-se lenha. Sua construção é a mais simples possível, fizemos um queimador de lenha com aço e um apoio pra grelha inclinado. A lenha é colocada no queimador e ao virar brasa e cair, basta trazer essa brasa pra baixo da grelha e assar a carne. Digo que a confecção é simples pois não exige trabalho de alvenaria, apenas revestimos a base e o fundo com tijolos refratários, instalamos vidros nas laterais e uma coifa metálica, funciona muito bem e a carne fica excelente.
O forno pra pizza é o de tijolos aparentes, usei aquele pré moldado de concreto com 80cm de diâmetro, suas 5 partes são fixas com argamassa especial, depois vai uma camada de lã de rocha, que serve como isolante térmico, argamassa com tela metálica e revestimento de tijolos, acabado fica com 1,20 de diâmetro. Importante usar a tela metálica e a lã de rocha, a primeira vai evitar aquelas trincas indesejáveis e a segunda vai melhorar o desempenho térmico do forno, além de evitar que a parte externa fique quente.
Como o forno de pizza está sem cobertura, aplicamos três demãos de impermeabilizante e fungicida transparente e a base de água, dessa maneira impedimos a umidade e o esverdeamento dos tijolos, enquanto não estiver com a cobertura pronta.
Antes de usar o forno de pizza você deve fazer o seguinte procedimento para evitar trincas e rachaduras. Após 15 dias faça a primeira queima, junte apenas um punhado de gravetos e lenha fina e acenda o fogo, de forma que queime uma meia hora, deixe a brasa esfriar com a porta fechada. A segunda queima, uns 5 dias depois, acenda com uns 6 pedaços de lenha normais e deixe queimar uma hora, depois que apagar feche a porta e deixe esfriar sozinho. Pronto, seu forno está no jeito pra queimas prolongadas e altas temperaturas. O que você fez foi aplicar calor de forma progressiva e assim a dilatação e posterior contração de todos os materiais se deu de forma mais gradual, do que 15 dias depois de pronto fazer uma queima de umas 4 horas a altas temperaturas, que provavelmente racharia seu forno, fica a dica.
Estamos fazendo a cobertura dessa área, ficará toda em balanço, feita de metal, vidro e madeira. Será o assunto do próximo post. Espero que tenham gostado, se tiverem sugestões de posts, dúvidas, críticas ou elogios, deixem seus recados. Um forte abraço.
Construindo sua casa do zero
Aqui vamos comentar e dar dicas de todas as etapas da construção de uma residência, desde a compra do terreno até a mudança final.
domingo, 14 de maio de 2017
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
Escolhendo as esquadrias para sua obra
Olá a todos, uma coisa muito importante que estava pensando outro dia e que não tinha falado nada no blog é sobre um dos itens que fazem toda a diferença numa obra, as esquadrias. Pra começar, esquadrias é o nome técnico para portas, janelas, portões e vãos com acabamento, simples assim. Esse item é de suma importância pois vai determinar o quão bem iluminada e ventilada será sua casa e também vai impactar muito no custo global da sua obra.
Vou falar brevemente sobre a escolha de materiais, medidas e custos, assim como a parte prática da obra na hora de instalar esses itens tão importantes.
Exemplo de projeto de esquadrias
Começando pelas portas internas, geralmente são de madeira, tanto a porta quanto o batente. Vale a pena usar portas sólidas, que são mais resistentes e sofrem menos deformações com o tempo, pois estamos falando de madeira que é um material que "trabalha", ou seja, dilata e contrai dependendo da temperatura e umidade do ar. O tamanho padrão das portas internas é 2,10 de altura e a largura variável de 60cm até 1,00m com incrementos de 10cm. Lembre-se que optar por tamanhos padronizados vai ser sempre muito mais barato que tamanhos sob medida. No meu caso, o projeto arquitetônico pedia portas internas com 2,40 de altura, porém ao orçar e ver que essas portas custariam quase 3 vezes mais caras que as convencionais, fui obrigado a alterar o projeto, acho que foi a única mudança que fiz.
A fixação dos batentes internos foi feita com espuma de poliuretano, pode considerar um tubo por porta, deixando um espaço de no máximo 1cm de folga de cada lado, entre batente e parede. É um método rápido e super eficiente. Quando for comprar a espuma, repare no peso e não no volume, a maioria é de 500ml, porém o peso da espuma varia de 350 a 450g e é isso que interessa, fica a dica.
As janelas, na minha opinião, um dos itens mais importantes do projeto e da obra. Aqui vale a mesma regra falada há pouco, se você optar por itens com medidas padrão seu preço será exponencialmente menor do que aquelas feitas sob medida. Porém, se você pode, faça tudo sob medida para seu projeto, vou falar um pouco sobre essa escolha, pois foi o que rolou na minha obra.
Durante a fase de projeto, deixei claro que queria uma casa muito iluminada e ventilada, com muito vidro, e foi isso que a arquiteta fez, sempre onde foi possível as janelas vão do chão ao teto e de parede a parede.
O material escolhido foi o alumínio, por ser leve, não oxidar e por isso extremamente durável. Você sabia que existem muitas opções de cores no alumínio além do branco, preto e prata ? Eu escolhi a cor de aço inox, ficou demais combinada com o concreto aparente e o piso de concreto polido, mas existem acabamentos que imitam madeira e aço cortem entre outros.
Segue uma foto para ilustrar:
Supondo que você também escolheu o caminho de fazer tudo sob medida, esteja preparado para gastar entre 10 e 20% do valor total da sua obra, e por ser um dos, senão o item mais caro da obra, a escolha do fornecedor é fundamental. Procure um fornecedor que pode dar garantia de pelo menos 3 anos, tenha um nome reconhecido no mercado e obras executadas com referências para consultas. Eu particularmente fiquei entre três opções, visitei as fábricas e falei com pessoas que executaram suas obras com essas empresas, após essa etapa e inúmeros orçamentos e negociações finalmente fechei com uma empresa super séria e muito competente.
A empresa forneceu os contramarcos para instalação na obra e após 120 dias entregaram todas as janelas, logo em seguida foram instaladas num período de 15 dias, pela própria empresa contratada. Na minha obra as janelas foram instaladas na fase de pintura final, se você puder, deixe para instalar após a finalização da pintura, assim você não precisa se preocupar em protejer todos os caixilhos com papelão, plástico e fita. A empresa em questão se mostrou super eficiente, com um pós venda inacreditável, pois mesmo após dois anos da instalação (garantia de 5 anos), basta uma ligação e um técnico é enviado para avaliar e reparar qualquer problema, enfim, fiquei super feliz com a escolha desse fornecedor.
Algumas considerações finais, exija da sua arquiteta o projeto das esquadrias atendendo às suas necessidades, isso facilita muito na hora de fazer orçamentos. Na instalação dos contramarcas, fique atento ao esquadro e prumo, para evitar retrabalhos, pois se estiverem mal instalados a empresa não instala as janelas. Após a entrega das janelas, faça uma vistoria cuidadosa de todas as peças e observe se não há nenhum vidro danificado, pois nenhuma empresa fornece garantia para vidros quebrados ou trincados após a entrega, fica a dica.
Até a próxima !
Vou falar brevemente sobre a escolha de materiais, medidas e custos, assim como a parte prática da obra na hora de instalar esses itens tão importantes.
Exemplo de projeto de esquadrias
Começando pelas portas internas, geralmente são de madeira, tanto a porta quanto o batente. Vale a pena usar portas sólidas, que são mais resistentes e sofrem menos deformações com o tempo, pois estamos falando de madeira que é um material que "trabalha", ou seja, dilata e contrai dependendo da temperatura e umidade do ar. O tamanho padrão das portas internas é 2,10 de altura e a largura variável de 60cm até 1,00m com incrementos de 10cm. Lembre-se que optar por tamanhos padronizados vai ser sempre muito mais barato que tamanhos sob medida. No meu caso, o projeto arquitetônico pedia portas internas com 2,40 de altura, porém ao orçar e ver que essas portas custariam quase 3 vezes mais caras que as convencionais, fui obrigado a alterar o projeto, acho que foi a única mudança que fiz.
A fixação dos batentes internos foi feita com espuma de poliuretano, pode considerar um tubo por porta, deixando um espaço de no máximo 1cm de folga de cada lado, entre batente e parede. É um método rápido e super eficiente. Quando for comprar a espuma, repare no peso e não no volume, a maioria é de 500ml, porém o peso da espuma varia de 350 a 450g e é isso que interessa, fica a dica.
As janelas, na minha opinião, um dos itens mais importantes do projeto e da obra. Aqui vale a mesma regra falada há pouco, se você optar por itens com medidas padrão seu preço será exponencialmente menor do que aquelas feitas sob medida. Porém, se você pode, faça tudo sob medida para seu projeto, vou falar um pouco sobre essa escolha, pois foi o que rolou na minha obra.
Durante a fase de projeto, deixei claro que queria uma casa muito iluminada e ventilada, com muito vidro, e foi isso que a arquiteta fez, sempre onde foi possível as janelas vão do chão ao teto e de parede a parede.
Janela de banheiro do chão ao teto, com brise em alumínio. Acabamento em cor de aço inox. |
O material escolhido foi o alumínio, por ser leve, não oxidar e por isso extremamente durável. Você sabia que existem muitas opções de cores no alumínio além do branco, preto e prata ? Eu escolhi a cor de aço inox, ficou demais combinada com o concreto aparente e o piso de concreto polido, mas existem acabamentos que imitam madeira e aço cortem entre outros.
Segue uma foto para ilustrar:
Supondo que você também escolheu o caminho de fazer tudo sob medida, esteja preparado para gastar entre 10 e 20% do valor total da sua obra, e por ser um dos, senão o item mais caro da obra, a escolha do fornecedor é fundamental. Procure um fornecedor que pode dar garantia de pelo menos 3 anos, tenha um nome reconhecido no mercado e obras executadas com referências para consultas. Eu particularmente fiquei entre três opções, visitei as fábricas e falei com pessoas que executaram suas obras com essas empresas, após essa etapa e inúmeros orçamentos e negociações finalmente fechei com uma empresa super séria e muito competente.
A empresa forneceu os contramarcos para instalação na obra e após 120 dias entregaram todas as janelas, logo em seguida foram instaladas num período de 15 dias, pela própria empresa contratada. Na minha obra as janelas foram instaladas na fase de pintura final, se você puder, deixe para instalar após a finalização da pintura, assim você não precisa se preocupar em protejer todos os caixilhos com papelão, plástico e fita. A empresa em questão se mostrou super eficiente, com um pós venda inacreditável, pois mesmo após dois anos da instalação (garantia de 5 anos), basta uma ligação e um técnico é enviado para avaliar e reparar qualquer problema, enfim, fiquei super feliz com a escolha desse fornecedor.
Algumas considerações finais, exija da sua arquiteta o projeto das esquadrias atendendo às suas necessidades, isso facilita muito na hora de fazer orçamentos. Na instalação dos contramarcas, fique atento ao esquadro e prumo, para evitar retrabalhos, pois se estiverem mal instalados a empresa não instala as janelas. Após a entrega das janelas, faça uma vistoria cuidadosa de todas as peças e observe se não há nenhum vidro danificado, pois nenhuma empresa fornece garantia para vidros quebrados ou trincados após a entrega, fica a dica.
Até a próxima !
domingo, 22 de novembro de 2015
Iluminação natural.
Uma das grandes preocupações durante o projeto era a questão da iluminação natural. Para aproveitarmos da melhor forma o terreno, que é um retângulo relativamente estreito, as paredes laterais da casa estão na divisa do próprio lote. A legislação local aqui do bairro permite construir sem recuo lateral, desde que as paredes sejam cegas, ou seja, sem nenhuma janela.
Nas reuniões com a arquiteta deixamos claro que a casa deveria ser o mais clara possível, de modo que nenhum ambiente da casa precisasse de luz artificial durante o dia., nada de luz acesa de dia. Como a casa só pode ter janelas na frente e nos fundos, tivemos que ser criativos para não ficar com ambientes escuros e mal iluminados.
No piso térreo o problema era a cozinha que fica no meio da casa e a área de serviço que precisa de bastante luz para não ficar sempre úmida. A solução foi fazer um jardim de inverno na lateral da cozinha, com uma porta de vidro do chão ao teto, o que além de bonito se mostrou muito eficaz na iluminação. Na área de serviço a solução foi recorrer à iluminação zenital, uma grande abertura na laje do teto, onde foi instalado um vidro com 1,70 x 1,20, foi suficiente pra deixar o lugar muito claro. Seguem imagens do que estou falando aqui.
No piso de cima, todos os dormitórios e a escada tem janelas ou pra frente ou pros fundos o que está ótimo, e se mostrou mais do que suficiente tanto na questão da iluminação quanto na ventilação. Como os quartos e a escada usaram todo o espaço disponível para janelas, os banheiros ficaram sem possibilidade de janelas pra frente ou pros fundos. E banheiros precisam de boa iluminação e ventilação. Como o jardim de inverno é um recorte no meio da casa, usamos esse vão aberto para colocar as janelas de dois banheiros, pronto, resolvido.
Mas ainda faltava um banheiro que estava do outro lado, e não tinha nenhum recorte para colocar janelas, então fizemos uma espécie de torre ou chaminé no teto, onde na parte de cima colocamos um vidro e na lateral colocamos uma veneziana com tela para permitir uma ventilação adequada sem deixar que insetos entrem. O banheiro ficou muito bem iluminado e ventilado, funcionou direitinho. Seguem fotos abaixo.
Sobre as clarabóias, domus ou aberturas zenitais, tudo sinônimo, uma coisa importante é que sempre que for possível, o vidro ultrapasse pelo menos uns 5cm de cada lado e tenha uma leve inclinação, desse jeito não tem como a água ficar parada ali em cima e você não terá nunca problemas de infiltração. Detalhe, usamos vidro laminado, é mais seguro que o temperado, principalmente por ficar completamente exposto às condições do tempo e a altas variações de temperatura. Principalmente no verão, com dias muito quentes, muito sol e chuvas fortes no fim do dia, o que pode causar forte choque térmico e estilhaçar vidros temperados. Fica a dica.
Forte abraço.
Nas reuniões com a arquiteta deixamos claro que a casa deveria ser o mais clara possível, de modo que nenhum ambiente da casa precisasse de luz artificial durante o dia., nada de luz acesa de dia. Como a casa só pode ter janelas na frente e nos fundos, tivemos que ser criativos para não ficar com ambientes escuros e mal iluminados.
No piso térreo o problema era a cozinha que fica no meio da casa e a área de serviço que precisa de bastante luz para não ficar sempre úmida. A solução foi fazer um jardim de inverno na lateral da cozinha, com uma porta de vidro do chão ao teto, o que além de bonito se mostrou muito eficaz na iluminação. Na área de serviço a solução foi recorrer à iluminação zenital, uma grande abertura na laje do teto, onde foi instalado um vidro com 1,70 x 1,20, foi suficiente pra deixar o lugar muito claro. Seguem imagens do que estou falando aqui.
Iluminação zenital sobre a área de serviço. |
No piso de cima, todos os dormitórios e a escada tem janelas ou pra frente ou pros fundos o que está ótimo, e se mostrou mais do que suficiente tanto na questão da iluminação quanto na ventilação. Como os quartos e a escada usaram todo o espaço disponível para janelas, os banheiros ficaram sem possibilidade de janelas pra frente ou pros fundos. E banheiros precisam de boa iluminação e ventilação. Como o jardim de inverno é um recorte no meio da casa, usamos esse vão aberto para colocar as janelas de dois banheiros, pronto, resolvido.
Vão do jardim de inverno com a janela de um dos banheiros. |
Mas ainda faltava um banheiro que estava do outro lado, e não tinha nenhum recorte para colocar janelas, então fizemos uma espécie de torre ou chaminé no teto, onde na parte de cima colocamos um vidro e na lateral colocamos uma veneziana com tela para permitir uma ventilação adequada sem deixar que insetos entrem. O banheiro ficou muito bem iluminado e ventilado, funcionou direitinho. Seguem fotos abaixo.
Sobre as clarabóias, domus ou aberturas zenitais, tudo sinônimo, uma coisa importante é que sempre que for possível, o vidro ultrapasse pelo menos uns 5cm de cada lado e tenha uma leve inclinação, desse jeito não tem como a água ficar parada ali em cima e você não terá nunca problemas de infiltração. Detalhe, usamos vidro laminado, é mais seguro que o temperado, principalmente por ficar completamente exposto às condições do tempo e a altas variações de temperatura. Principalmente no verão, com dias muito quentes, muito sol e chuvas fortes no fim do dia, o que pode causar forte choque térmico e estilhaçar vidros temperados. Fica a dica.
Forte abraço.
Aquecimento Solar
Tentei fazer a casa o mais auto-suficiente possível, reaproveitando a água de chuva, melhorando o conforto térmico com jardins suspensos, ou telhado verde e por último montei placas solares para o aquecimento de água de toda a casa, tudo para usar o mínimo de energia possível. Aqui vou falar um pouco sobre o sistema montado, a instalação e o mais interessante, como tudo funciona com pessoas morando e usando a casa, em dias de sol e dias nublados.
A primeira coisa foi pesquisar a área de placas necessárias para aquecer a água dos banheiros e da cozinha, muitos fabricantes tem em seus sites uma calculadora para esse propósito. Todas as contas indicavam que precisaria de 6 a 8m2 de placas e um boiler de 400 a 600 litros. Como 8m2 de placas é o máximo que caberia na laje da caixa d'água, optei pelo sistema maior, de 8m2 e 600 litros.
As placas solares, aqui no hemisfério sul, tem que ficar sempre viradas para o norte e no local com maior incidência solar possível, sem sombras de árvores, prédios ou outros obstáculos. Como a casa não tem nenhum telhado, apenas lajes retas, tivemos que fazer uma estrutura de alumínio para colocar as placas com a inclinação ideal, viradas para o norte e dispostas de forma que o par de placas da frente não fizesse sombra nas de trás. As placas ficaram visíveis pra quem olha a casa de fora, já que estão no ponto mais alto, mas pra mim isso acabou dando ainda mais personalidade à casa.
Na parte coberta, onde estão as caixas d'água, foi colocado o boiler de 600 litros. O boiler é um reservatório com isolamento térmico para armazenar a água quente gerada pelas placas, e também tem a função de aquecer a água quando não há sol. É assim que funciona, o boiler está regulado para trabalhar a 45ºC, então se a água das placas não atinge essa temperatura a resistência é acionada até os 600 litros de água chegarem a 45º. Porém, para evitar que a resistência seja acionada várias vezes por dia, num dia frio e sem sol por exemplo, foi instalado um relógio/timer onde você programa a que horas e por quanto tempo a resistência pode ser acionada.
Aqui deixei programado o relógio para permitir que a resistência ligue todo dia as 16:00, e durante uma hora e meia. Dessa forma, num dia que a água não atinja os 45º, a resistência é acionada nesse horário e por no máximo uma hora e meia. Ok, mas como isso funciona na prática, se é que funciona ? Bem, aqui nunca ficamos sem água quente no fim da tarde e início da noite. Mas já aconteceu no inverno, após dois dias de muito frio, e totalmente nublados, de termos apenas uma água morna no período da manhã. Claro que isso seria facilmente resolvido alterando a programação do acionamento do aquecimento elétrico do boiler, mas ai começa a perder sentido todo o sistema solar.
De qualquer maneira é importante você saber que o sistema bem instalado e bem dimensionado funciona muito bem, mas não pode depender sempre 100% do sol ou você vai acabar ficando sem água quente, então considere que você consegue um aquecimento que é mais ou menos 90% solar e 10% elétrico. Pelo menos aqui na região sudeste.
Com relação às empresas no mercado que trabalham com aquecimento solar, tive que pesquisar muito, pois existem muitos aventureiros nesse ramo. Usei muito o site reclameaqui e consegui evitar algumas roubadas, recomendo que todos que forem usar esse sistema façam o mesmo. Foram mais de 8 empresas que pesquisei e só uma não tinha nenhuma reclamação de clientes insatisfeitos, fica a dica. No fim fechei com uma empresa excelente, super profissional que entendeu minhas necessidades me atendeu super bem, antes, durante e depois de tudo pronto.
Quanto aos custos, o sistema todo saiu por pouco mais de nove mil reais, incluindo absolutamente tudo. Um sistema a gás equivalente sairia por uns seis mil reais e um sistema elétrico sairia por algo em torno de quatro mil reais. Ou seja, o solar é o mais caro, porém pelas contas que fiz para o meu consumo, em relação ao sistema a gás, a partir do vigésimo mês já vale a pena o investimento, e comparado com o sistema puramente elétrico, do vigésimo terceiro mês em diante o sistema solar já se pagou, depois é só economia. Como uma casa é um investimento de longo prazo, pra mim não restou dúvida que o sistema solar era a melhor escolha.
Como sempre, comentários e sugestões são super bem vindos.
A primeira coisa foi pesquisar a área de placas necessárias para aquecer a água dos banheiros e da cozinha, muitos fabricantes tem em seus sites uma calculadora para esse propósito. Todas as contas indicavam que precisaria de 6 a 8m2 de placas e um boiler de 400 a 600 litros. Como 8m2 de placas é o máximo que caberia na laje da caixa d'água, optei pelo sistema maior, de 8m2 e 600 litros.
As placas solares, aqui no hemisfério sul, tem que ficar sempre viradas para o norte e no local com maior incidência solar possível, sem sombras de árvores, prédios ou outros obstáculos. Como a casa não tem nenhum telhado, apenas lajes retas, tivemos que fazer uma estrutura de alumínio para colocar as placas com a inclinação ideal, viradas para o norte e dispostas de forma que o par de placas da frente não fizesse sombra nas de trás. As placas ficaram visíveis pra quem olha a casa de fora, já que estão no ponto mais alto, mas pra mim isso acabou dando ainda mais personalidade à casa.
Estrutura metálica atrás das placas. |
Na parte coberta, onde estão as caixas d'água, foi colocado o boiler de 600 litros. O boiler é um reservatório com isolamento térmico para armazenar a água quente gerada pelas placas, e também tem a função de aquecer a água quando não há sol. É assim que funciona, o boiler está regulado para trabalhar a 45ºC, então se a água das placas não atinge essa temperatura a resistência é acionada até os 600 litros de água chegarem a 45º. Porém, para evitar que a resistência seja acionada várias vezes por dia, num dia frio e sem sol por exemplo, foi instalado um relógio/timer onde você programa a que horas e por quanto tempo a resistência pode ser acionada.
Aqui deixei programado o relógio para permitir que a resistência ligue todo dia as 16:00, e durante uma hora e meia. Dessa forma, num dia que a água não atinja os 45º, a resistência é acionada nesse horário e por no máximo uma hora e meia. Ok, mas como isso funciona na prática, se é que funciona ? Bem, aqui nunca ficamos sem água quente no fim da tarde e início da noite. Mas já aconteceu no inverno, após dois dias de muito frio, e totalmente nublados, de termos apenas uma água morna no período da manhã. Claro que isso seria facilmente resolvido alterando a programação do acionamento do aquecimento elétrico do boiler, mas ai começa a perder sentido todo o sistema solar.
De qualquer maneira é importante você saber que o sistema bem instalado e bem dimensionado funciona muito bem, mas não pode depender sempre 100% do sol ou você vai acabar ficando sem água quente, então considere que você consegue um aquecimento que é mais ou menos 90% solar e 10% elétrico. Pelo menos aqui na região sudeste.
Com relação às empresas no mercado que trabalham com aquecimento solar, tive que pesquisar muito, pois existem muitos aventureiros nesse ramo. Usei muito o site reclameaqui e consegui evitar algumas roubadas, recomendo que todos que forem usar esse sistema façam o mesmo. Foram mais de 8 empresas que pesquisei e só uma não tinha nenhuma reclamação de clientes insatisfeitos, fica a dica. No fim fechei com uma empresa excelente, super profissional que entendeu minhas necessidades me atendeu super bem, antes, durante e depois de tudo pronto.
Quanto aos custos, o sistema todo saiu por pouco mais de nove mil reais, incluindo absolutamente tudo. Um sistema a gás equivalente sairia por uns seis mil reais e um sistema elétrico sairia por algo em torno de quatro mil reais. Ou seja, o solar é o mais caro, porém pelas contas que fiz para o meu consumo, em relação ao sistema a gás, a partir do vigésimo mês já vale a pena o investimento, e comparado com o sistema puramente elétrico, do vigésimo terceiro mês em diante o sistema solar já se pagou, depois é só economia. Como uma casa é um investimento de longo prazo, pra mim não restou dúvida que o sistema solar era a melhor escolha.
Como sempre, comentários e sugestões são super bem vindos.
terça-feira, 10 de novembro de 2015
Piscina com borda infinita
Já falei um pouco sobre a piscina suspensa num post anterior, mas hoje vou entrar em detalhes sobre a piscina com borda infinita, tentarei resumir o que é mais importante tanto no projeto, execução e maquinário. Adianto pra vocês que não é nenhum bicho de sete cabeças.
Fazer uma ou mais bordas infinitas na piscina só se justifica, na minha opinião, quando existe um lindo visual, uma bela paisagem no fundo, isso gera um efeito super especial.
A borda infinita demanda um segundo tanque para coleta da água que transborda, e aqui já vai a primeira dica do projeto, a parte mais alta desse tanque deve ficar fora da vista de quem fica de pé na borda oposta da piscina. No meu caso, imaginamos uma pessoa com dois metros de altura parada na borda seca e traçamos a diagonal até a borda mais alta do segundo tanque, essa seria a altura máxima do mesmo. Uma piscina mal projetada vai permitir que alguém parado na borda enxergue essa estrutura o que estragaria todo o apelo e visual da borda infinita.
Ainda com relação ao segundo tanque, ele deve ter capacidade de coletar bastante água sem nunca transbordar, só queremos a piscina transbordando, por isso a conta prática que pode ser feita é a seguinte, pra cada metro linear de borda infinita, calcule 450 litros de capacidade para o segundo tanque. No meu caso, com pouco mais de 9 metros de borda infinita, o segundo tanque tem capacidade para quatro mil e duzentos litros de água, o que se mostrou mais que suficiente.
Outro ponto importante é a borda em si, onde a água vai transbordar, ela deve ser perfeitamente nivelada, caso contrário a água só vai transbordar no ponto mais baixo e nos demais a borda ficaria aparente e acima da linha d'água, o que estragaria todo o efeito. Aqui bolei uma borda triangular, para aumentar ainda mais o efeito, pois assim fica ainda mais difícil ver a parede sob a água e evita que alguém suba nessa parede, o que seria bem perigoso.
Em uma piscina convencional você precisa do skimmer que é o equipamento que coleta a sujeira que fica na superfície, poeira, folhas, insetos, etc. Numa piscina com borda infinita você não precisa desse equipamento, a borda funciona como um enorme skimmer que com a água circulando, faz toda a sujeira superficial cair no segundo tanque. Por esse motivo que a água do segundo tanque deve ser filtrada antes de retornar para o tanque principal
A água que transborda para o tanque menor, deve retornar para o tanque principal e depois de muita pesquisa, decidi fazer um sistema único tanto para filtrar quanto para recircular a água. Ou seja, a mesma bomba que filtra, faz a água do tanque menor voltar para a piscina. Foi escolhida uma bomba de 3/4 de cv, o que resulta numa vazão de 150 litros por minuto, o que é suficiente para uma piscina com 30 mil litros. Mais vazão que isso e a borda infinita se transformaria numa cascata e menos não seria suficiente para manter a borda transbordando quando houvessem pessoas e movimento na piscina. Esse é um equilíbrio delicado e posso dizer com segurança que os cálculos deram certo e esse esquema mais simples funciona muito bem.
Lembre-se de colocar uma saída de água no tanque secundário, drenando o excesso e assim não deixando o mesmo transbordar, aqui usei duas saídas de 50mm, suficiente para o volume total.
A piscina tem dois ralos de fundo no segundo tanque, dois ralos de fundo no tanque principal e dois retornos na parede oposta da borda infinita. Dessa forma, na operação normal, a água é aspirada pelo fundo do segundo tanque, passa pelo filtro e retorna para a piscina lançando a água em direção à borda. Com um jogo de válvulas de gaveta, posso também aspirar somente o fundo do tanque principal, para quando o tanque secundário estiver seco.
A borda infinita tem algumas particularidades, em primeiro lugar a grande evaporação de água quando o dia está muito quente e a água está transbordando, é visível como o nível de água no tanque secundário cai. E em segundo lugar, até como conseqüência dessa evaporação, a temperatura da água cai alguns graus com a borda funcionando, principalmente em dias com vento. A borda infinita funciona como um trocador de calor, refrigerando a água. Esse fato deve ser levado em conta se você pensa em aquecer a sua piscina, no meu caso ficou inviável colocar um aquecedor, ele simplesmente não daria conta desse resfriamento causado pela borda, teria que instalar algo para uma piscina com 4 vezes o volume, que além de caríssimo, consumiria uma energia absurda, no final desisti de aquecer a água.
Espero que tenha sido útil, juntei aqui as dicas principais e aspectos importantes a serem levados em conta. Abraços !
Gostou do blog, você pode ajudar a continuarmos com o bom trabalho, divulgando e deixando comentários e sugestões !
Fazer uma ou mais bordas infinitas na piscina só se justifica, na minha opinião, quando existe um lindo visual, uma bela paisagem no fundo, isso gera um efeito super especial.
A borda infinita demanda um segundo tanque para coleta da água que transborda, e aqui já vai a primeira dica do projeto, a parte mais alta desse tanque deve ficar fora da vista de quem fica de pé na borda oposta da piscina. No meu caso, imaginamos uma pessoa com dois metros de altura parada na borda seca e traçamos a diagonal até a borda mais alta do segundo tanque, essa seria a altura máxima do mesmo. Uma piscina mal projetada vai permitir que alguém parado na borda enxergue essa estrutura o que estragaria todo o apelo e visual da borda infinita.
Ainda com relação ao segundo tanque, ele deve ter capacidade de coletar bastante água sem nunca transbordar, só queremos a piscina transbordando, por isso a conta prática que pode ser feita é a seguinte, pra cada metro linear de borda infinita, calcule 450 litros de capacidade para o segundo tanque. No meu caso, com pouco mais de 9 metros de borda infinita, o segundo tanque tem capacidade para quatro mil e duzentos litros de água, o que se mostrou mais que suficiente.
Outro ponto importante é a borda em si, onde a água vai transbordar, ela deve ser perfeitamente nivelada, caso contrário a água só vai transbordar no ponto mais baixo e nos demais a borda ficaria aparente e acima da linha d'água, o que estragaria todo o efeito. Aqui bolei uma borda triangular, para aumentar ainda mais o efeito, pois assim fica ainda mais difícil ver a parede sob a água e evita que alguém suba nessa parede, o que seria bem perigoso.
Detalhe do formato triangular da borda. |
Em uma piscina convencional você precisa do skimmer que é o equipamento que coleta a sujeira que fica na superfície, poeira, folhas, insetos, etc. Numa piscina com borda infinita você não precisa desse equipamento, a borda funciona como um enorme skimmer que com a água circulando, faz toda a sujeira superficial cair no segundo tanque. Por esse motivo que a água do segundo tanque deve ser filtrada antes de retornar para o tanque principal
Filtro. |
A água que transborda para o tanque menor, deve retornar para o tanque principal e depois de muita pesquisa, decidi fazer um sistema único tanto para filtrar quanto para recircular a água. Ou seja, a mesma bomba que filtra, faz a água do tanque menor voltar para a piscina. Foi escolhida uma bomba de 3/4 de cv, o que resulta numa vazão de 150 litros por minuto, o que é suficiente para uma piscina com 30 mil litros. Mais vazão que isso e a borda infinita se transformaria numa cascata e menos não seria suficiente para manter a borda transbordando quando houvessem pessoas e movimento na piscina. Esse é um equilíbrio delicado e posso dizer com segurança que os cálculos deram certo e esse esquema mais simples funciona muito bem.
Ralos de fundo no tanque secundário. |
Lembre-se de colocar uma saída de água no tanque secundário, drenando o excesso e assim não deixando o mesmo transbordar, aqui usei duas saídas de 50mm, suficiente para o volume total.
Detalhe do tanque secundário e da saída de drenagem. |
A piscina tem dois ralos de fundo no segundo tanque, dois ralos de fundo no tanque principal e dois retornos na parede oposta da borda infinita. Dessa forma, na operação normal, a água é aspirada pelo fundo do segundo tanque, passa pelo filtro e retorna para a piscina lançando a água em direção à borda. Com um jogo de válvulas de gaveta, posso também aspirar somente o fundo do tanque principal, para quando o tanque secundário estiver seco.
Esquema das válvulas gaveta para entrada na bomba/filtro. |
A borda infinita tem algumas particularidades, em primeiro lugar a grande evaporação de água quando o dia está muito quente e a água está transbordando, é visível como o nível de água no tanque secundário cai. E em segundo lugar, até como conseqüência dessa evaporação, a temperatura da água cai alguns graus com a borda funcionando, principalmente em dias com vento. A borda infinita funciona como um trocador de calor, refrigerando a água. Esse fato deve ser levado em conta se você pensa em aquecer a sua piscina, no meu caso ficou inviável colocar um aquecedor, ele simplesmente não daria conta desse resfriamento causado pela borda, teria que instalar algo para uma piscina com 4 vezes o volume, que além de caríssimo, consumiria uma energia absurda, no final desisti de aquecer a água.
Espero que tenha sido útil, juntei aqui as dicas principais e aspectos importantes a serem levados em conta. Abraços !
Gostou do blog, você pode ajudar a continuarmos com o bom trabalho, divulgando e deixando comentários e sugestões !
segunda-feira, 2 de novembro de 2015
Piso de concreto polido residencial
Se você acompanha o blog, sabe que o estilo da casa é moderno, usa e abusa do concreto aparente, madeira e vidro. Eu particularmente curto demais o concreto aparente, e por isso foi escolhido para ser o piso acabado de todo o térreo. Estou falando de concreto usinado e não cimento queimado, coisas completamente diferentes.
Escolhemos o concreto usinado polido, é basicamente o mesmo piso usado em galpões industriais e postos de gasolina, só que aqui vamos deixar ele mais liso e brilhante. É um piso de altíssima resistência, super fácil de limpar, não dá manutenção e o melhor de tudo, mais barato que um bom porcelanato.
Existem muitas empresas que fazem o serviço de alisamento e polimento do concreto, quase nenhuma tem experiência em fazer isso em residências, e esse é um ponto que tive uma certa dose de problemas. Uma casa, tem muitos cantos, recortes e é um espaço muito pequeno, tanto é que algumas empresas se recusaram a executar o serviço. Outro ponto é o nível de exigência numa casa e num chão de fábrica, o acabamento na casa tem que ficar perfeito.
Muito bem, achei a empresa para fazer o serviço, fiz o técnico visitar a obra e ver in loco todos os locais que as máquinas teriam que entrar e trabalhar. O piso é em todo o térreo, na sala, cozinha, copa, área de serviço e quarto de serviço. Tudo visto, ele optou por máquinas pequenas, com 80cm de diâmetro, assim passaria por todas as portas sem problemas.
Deixei para realizar essa etapa da obra, logo antes de entrar com a pintura, ou seja, quando toda a parte mais pesada da obra já tinha acabado. Se você fizer muito antes, corre o risco de danificar o piso com itens pesados, e se fizer depois da pintura vai sujar tudo e ter que refazer essa última. O lajão do térreo já estava pronto há alguns meses, como sabia que ia fazer o piso de concreto polido, não fizemos contrapiso, esse acabamento dispensa essa etapa pois parte dele é o nivelamento final.
Só pra que vocês entendam, o processo é o seguinte, é lançado e espalhado o concreto usinado com uma bomba, e o pessoal trabalha nivelando e desempenando esse concreto por horas. No meu caso o concreto chegou as 8:00 da manhã, e o pessoal foi acabar as 21:45.
Papo técnico, usamos concreto fck 30, com brita zero e slump 12, bombeável. A espessura variou de 3,0cm a 4,5 cm, e por ser assim bem fino, o concreto recebeu um aditivo de fibras para evitar trincas. Todos recomendaram pelo menos 7 cm de espessura, mas isso ia estragar a saída da escada, que já estava pronta, e levava em conta que teríamos 3cm de espessura de piso. Foi o primeiro degrau da escada que ditou o nível de todo o pavimento. Enfim, fizemos com 3 cm e deu tudo certo.
No dia seguinte ao lançamento do concreto, o pessoal vem para cortar as juntas de dilatação, que tem a função de eliminar as trincas, separando o pano de concreto em panos menores e que trabalham individualmente, dessa forma dissipando as tensões. Aqui fizemos grandes quadrados de 1,60 m x 1,60 m.
Agora o concreto deve descansar e curar por pelo menos 28 dias, antes de receber o tratamento final. O pessoal usou um produto químico para curar o concreto, assim não houve a necessidade de ficar molhando. A cura adequada do concreto é de suma importância, pois além de garantir a resistência, evita as fissuras o que no meu caso era o mais importante devido à estética.
Durante os 28 dias seguintes, cobrimos todo o piso com papelão ondulado, para evitar riscos e preservar o máximo possível o concreto. Agora que já está 100% seco, chegou a hora do toque final. A aplicação da resina transparente e brilhante. A primeira coisa que o pessoal fez foi dar uma lixada bem suave em toda a superfície.
Aqui rolou um problemão, a coisa deu errado quando após a passagem da lixa, a empresa que tinha contratado, aplicou direto a resina, ficou horrível, estragou tudo. Então voltamos à etapa anterior e tudo foi lixado novamente. O segredo aqui, e essa dica é muito valiosa, é aplicar primeiro uma mão de seladora transparente para concreto e somente após algumas boas horas ou um dia inteiro, pode ser aplicada a resina. A resina pura sobre o concreto lixado, com todos os poros abertos, altera a cor do concreto, indo do cinza claro para um castanho estranho, com a seladora você mantém a cor original do concreto e pode aplicar a resina sobre ela sem nenhum problema.
Apesar dos imprevistos nessa etapa final, tudo deu certo e o piso ficou lindo. Sobre os valores, no final tudo custou R$ 110,00/m2, o que é um custo excelente. Comparando, caso fosse usar um revestimento cerâmico, teria que fazer um contrapiso, coisa que não houve necessidade aqui, que custa com material e mão de obra uns 40,00/m2, depois a mão de obra para colocar um porcelanato, mais uns 50,00/m2, o próprio porcelanato, mais uns 60,00/m2 e depois argamassa e rejunte, mais uns 10,00/m2, total R$ 160,00/m2, quase 50% a mais !
Conclusão, deu um tremendo trabalho, tive problemas no meio do caminho, que sinceramente achei que não teria solução, mas no fim deu tudo certo e a um custo excelente, faria de novo sem dúvida. Espero que tenham gostado e que tenha sido útil.
Se você curtiu o blog, deixe comentários, sugestões e divulgue, obrigado !
Piso de concreto polido na sala. |
Escolhemos o concreto usinado polido, é basicamente o mesmo piso usado em galpões industriais e postos de gasolina, só que aqui vamos deixar ele mais liso e brilhante. É um piso de altíssima resistência, super fácil de limpar, não dá manutenção e o melhor de tudo, mais barato que um bom porcelanato.
Existem muitas empresas que fazem o serviço de alisamento e polimento do concreto, quase nenhuma tem experiência em fazer isso em residências, e esse é um ponto que tive uma certa dose de problemas. Uma casa, tem muitos cantos, recortes e é um espaço muito pequeno, tanto é que algumas empresas se recusaram a executar o serviço. Outro ponto é o nível de exigência numa casa e num chão de fábrica, o acabamento na casa tem que ficar perfeito.
Muito bem, achei a empresa para fazer o serviço, fiz o técnico visitar a obra e ver in loco todos os locais que as máquinas teriam que entrar e trabalhar. O piso é em todo o térreo, na sala, cozinha, copa, área de serviço e quarto de serviço. Tudo visto, ele optou por máquinas pequenas, com 80cm de diâmetro, assim passaria por todas as portas sem problemas.
Dia da aplicação, usando máquinas pequenas. |
Deixei para realizar essa etapa da obra, logo antes de entrar com a pintura, ou seja, quando toda a parte mais pesada da obra já tinha acabado. Se você fizer muito antes, corre o risco de danificar o piso com itens pesados, e se fizer depois da pintura vai sujar tudo e ter que refazer essa última. O lajão do térreo já estava pronto há alguns meses, como sabia que ia fazer o piso de concreto polido, não fizemos contrapiso, esse acabamento dispensa essa etapa pois parte dele é o nivelamento final.
Só pra que vocês entendam, o processo é o seguinte, é lançado e espalhado o concreto usinado com uma bomba, e o pessoal trabalha nivelando e desempenando esse concreto por horas. No meu caso o concreto chegou as 8:00 da manhã, e o pessoal foi acabar as 21:45.
Papo técnico, usamos concreto fck 30, com brita zero e slump 12, bombeável. A espessura variou de 3,0cm a 4,5 cm, e por ser assim bem fino, o concreto recebeu um aditivo de fibras para evitar trincas. Todos recomendaram pelo menos 7 cm de espessura, mas isso ia estragar a saída da escada, que já estava pronta, e levava em conta que teríamos 3cm de espessura de piso. Foi o primeiro degrau da escada que ditou o nível de todo o pavimento. Enfim, fizemos com 3 cm e deu tudo certo.
No dia seguinte ao lançamento do concreto, o pessoal vem para cortar as juntas de dilatação, que tem a função de eliminar as trincas, separando o pano de concreto em panos menores e que trabalham individualmente, dessa forma dissipando as tensões. Aqui fizemos grandes quadrados de 1,60 m x 1,60 m.
Concreto lançado e espalhado. |
Concreto desempenado, dia seguinte ao serviço. |
Cortes das juntas de dilatação, no dia seguinte ao lançamento. |
Durante os 28 dias seguintes, cobrimos todo o piso com papelão ondulado, para evitar riscos e preservar o máximo possível o concreto. Agora que já está 100% seco, chegou a hora do toque final. A aplicação da resina transparente e brilhante. A primeira coisa que o pessoal fez foi dar uma lixada bem suave em toda a superfície.
Aqui rolou um problemão, a coisa deu errado quando após a passagem da lixa, a empresa que tinha contratado, aplicou direto a resina, ficou horrível, estragou tudo. Então voltamos à etapa anterior e tudo foi lixado novamente. O segredo aqui, e essa dica é muito valiosa, é aplicar primeiro uma mão de seladora transparente para concreto e somente após algumas boas horas ou um dia inteiro, pode ser aplicada a resina. A resina pura sobre o concreto lixado, com todos os poros abertos, altera a cor do concreto, indo do cinza claro para um castanho estranho, com a seladora você mantém a cor original do concreto e pode aplicar a resina sobre ela sem nenhum problema.
Piso acabado. |
Apesar dos imprevistos nessa etapa final, tudo deu certo e o piso ficou lindo. Sobre os valores, no final tudo custou R$ 110,00/m2, o que é um custo excelente. Comparando, caso fosse usar um revestimento cerâmico, teria que fazer um contrapiso, coisa que não houve necessidade aqui, que custa com material e mão de obra uns 40,00/m2, depois a mão de obra para colocar um porcelanato, mais uns 50,00/m2, o próprio porcelanato, mais uns 60,00/m2 e depois argamassa e rejunte, mais uns 10,00/m2, total R$ 160,00/m2, quase 50% a mais !
Conclusão, deu um tremendo trabalho, tive problemas no meio do caminho, que sinceramente achei que não teria solução, mas no fim deu tudo certo e a um custo excelente, faria de novo sem dúvida. Espero que tenham gostado e que tenha sido útil.
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sábado, 24 de outubro de 2015
Captação de água de chuva
Aqui em São Paulo, por incrível que pareça, estamos sob o risco de falta de água, por isso qualquer ação individual que economize esse recurso é muito bem vinda. Quando fizemos o projeto já tinha em mente o armazenamento da água de chuva, para irrigação do jardim e uso na garagem, e queria que o sistema fosse o mais simples e barato possível. Vou explicar aqui a solução encontrada e como executamos isso durante a obra.
O fato de usar a água de chuva em apenas dois pontos, uma torneira no jardim e outra na garagem, já simplificou muito o sistema. Usar a água de chuva dentro de casa é muito mais complicado e caro, e nunca foi essa a idéia.
Em primeiro lugar, calculamos a área total de coleta, no meu caso são 80 m2, o que é uma área excelente para o uso proposto. Isso significa que para cada milímetro de chuva, temos 80 litros de água. Escolhemos armazenar 3000 litros, o que daria para aguar o jardim durante uns 40 dias seguidos, me pareceu suficiente.
A água de chuva para qualquer uso deve ter um mínimo de filtragem, pelo menos tirar as folhas e a sujeira mais grossa. A solução que bolamos aqui e que foi a mais simples e barata, foi fazer caixas de coleta cheias de argila expandida e cobertas por manta geotextil, Bidim. Esse sistema é um excelente filtro para partículas maiores e nos atendeu perfeitamente. Além disso, usamos pequenos flutuadores de cloro, iguais aos de piscina só que bem menores, dentro dos reservatórios. Com isso garantimos que nenhum inseto ou outro organismo se aproveite dessa água e também que a água não apodreça se ficar muito tempo sem uso, é outra solução muito simples e barata.
Aqui tenho dois jardins suspensos, ou telhados verdes, com 30m2 de área, e como expliquei nesse link, com o sistema de drenagem instalado, a água de chuva acaba sendo filtrada e direcionada para o reservatório. Ou seja, regamos o jardim e a água é reaproveitada.
Como o reservatório fica no subsolo, precisava de um mecanismo para bombear a água para as torneiras. A solução foi uma bomba com pressostato, ou seja, ela só liga quando a pressão na tubulação cai, e isso acontece quando abrimos uma torneira por exemplo. Pesquisando um pouco, encontrei um sistema que já vem pronto com bomba e pressostato, da marca Komeco, modelo TP820, e que custou na época R$ 490,00.
Importante, a tubulação que vai para a bomba e que coleta a água de chuva do reservatório, deve estar a pelo menos uns 7 cm do fundo, assim ela não suga os sedimentos finos que estão ali, dessa forma sua bomba vai durar muito mais e você vai ter sempre água limpa e cristalina para regar seu jardim ou lavar seu carro.
Agora com tudo instalado e funcionando, o único cuidado é de 20 em 20 dias verificar a pastilha de cloro do flutuador e uma vez por ano esvaziar o reservatório e limpar o fundo, pois mesmo com toda a filtragem, partículas bem finas ainda passam e vão se acumulando no fundo.
O fato de usar a água de chuva em apenas dois pontos, uma torneira no jardim e outra na garagem, já simplificou muito o sistema. Usar a água de chuva dentro de casa é muito mais complicado e caro, e nunca foi essa a idéia.
Em primeiro lugar, calculamos a área total de coleta, no meu caso são 80 m2, o que é uma área excelente para o uso proposto. Isso significa que para cada milímetro de chuva, temos 80 litros de água. Escolhemos armazenar 3000 litros, o que daria para aguar o jardim durante uns 40 dias seguidos, me pareceu suficiente.
A água de chuva para qualquer uso deve ter um mínimo de filtragem, pelo menos tirar as folhas e a sujeira mais grossa. A solução que bolamos aqui e que foi a mais simples e barata, foi fazer caixas de coleta cheias de argila expandida e cobertas por manta geotextil, Bidim. Esse sistema é um excelente filtro para partículas maiores e nos atendeu perfeitamente. Além disso, usamos pequenos flutuadores de cloro, iguais aos de piscina só que bem menores, dentro dos reservatórios. Com isso garantimos que nenhum inseto ou outro organismo se aproveite dessa água e também que a água não apodreça se ficar muito tempo sem uso, é outra solução muito simples e barata.
Aqui tenho dois jardins suspensos, ou telhados verdes, com 30m2 de área, e como expliquei nesse link, com o sistema de drenagem instalado, a água de chuva acaba sendo filtrada e direcionada para o reservatório. Ou seja, regamos o jardim e a água é reaproveitada.
Como o reservatório fica no subsolo, precisava de um mecanismo para bombear a água para as torneiras. A solução foi uma bomba com pressostato, ou seja, ela só liga quando a pressão na tubulação cai, e isso acontece quando abrimos uma torneira por exemplo. Pesquisando um pouco, encontrei um sistema que já vem pronto com bomba e pressostato, da marca Komeco, modelo TP820, e que custou na época R$ 490,00.
Importante, a tubulação que vai para a bomba e que coleta a água de chuva do reservatório, deve estar a pelo menos uns 7 cm do fundo, assim ela não suga os sedimentos finos que estão ali, dessa forma sua bomba vai durar muito mais e você vai ter sempre água limpa e cristalina para regar seu jardim ou lavar seu carro.
Pressurizador com pressostato. |
Agora com tudo instalado e funcionando, o único cuidado é de 20 em 20 dias verificar a pastilha de cloro do flutuador e uma vez por ano esvaziar o reservatório e limpar o fundo, pois mesmo com toda a filtragem, partículas bem finas ainda passam e vão se acumulando no fundo.
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